O quadro como elemento integrante do espaço decorado – setembro /2017

O quadro como elemento integrante do espaço decorado, pois ele transmite personalidade e vida ao ambiente.

O quadro entra na composição do ambiente e a depender do resultado dessa interação ele valoriza, dá profundidade, amplia mas também pode ficar despercebido, reduzir ou conflitar esteticamente com os demais componentes do espaço. Por tanto é preciso ter atenção a essa escolha pois os quadros falam de emoção e tem a finalidade de embelezar o ambiente além de transmitir leveza, sossego, frieza, alegria, paz, luz, inspiração, monotonia, projeção/viagem, simplicidade, amor, pureza, introspeção, calor, doçura, singeleza, lembranças, melancolia etc…

Quanto a escolha da imagem
Tudo começa na escolha da imagem que para a maioria das pessoas esta é uma definição difícil pois ela depende de diversos fatores que são característicos do gosto de cada pessoa como estilo, temática, cor, textura, valor ou afinidade emocional que a imagem transmite. A imagem deve ser escolhida por cada ambiente separadamente e deve harmonizar com os tons dos estofados, paredes e demais móveis. Em seguida recomendo fazer esboços1 do(s) quadro(s) distribuídos por cada ambiente, isso vai ajudar tanto na hora da escolha como na hora da sua fixação nas paredes. Outro aspecto importante ainda nessa etapa é a necessidade de uma breve reflexão sobre a disposição dos móveis no ambiente em função do destaque que você pretende dar ao quadro.

Quanto ao ato de fixar os quadros
Quando se tratar de um ou mais quadros é imprescindível que se planeje a composição através de um desenho (esboço1) e depois reproduza em papel ou kraft os quadros e fixe esses moldes com fita adesiva na parede para simular o arranjo. Dessa forma é possível ter uma ideia real de como os quadros ficarão organizados. No momento da fixação dos quadros recomendo fixar primeiro o quadro maior, alinhando-o com uma das laterais do móvel ou outro elemento local. Se houver outro lado da parede, vá brincando com os quadros menores até descobrir a melhor arrumação. Novamente, o alinhamento com a lateral precisa existir, lembre que o arranjo precisa ficar harmonioso.
Quando você tiver certeza do arranjo na parede marque com lápis os pontos que serão feitos os furos com furadeira. Esses pontos devem se traçados tendo como suporte as linhas paralelas a aresta que o teto faz com a parede e as arestas laterais entre as paredes. Use broca para parafusos e buchas de 5mm.
Para quadros de até 80cm de largura, dois parafusos, sendo um em cada extremidade, são suficientes; acima disso é recomendável usar três parafusos para suportar o peso do quadro.

Quanto a disposição nos ambientes
1. Sala de estar – opte pela parede que se destaca ao chegar, a de maior visibilidade, aquela cujo olhar se volta naturalmente. Os arranjos em dípticos2 ou trípticos3 se adequam muito bem nesses espaços além de valorizar e harmonizar o ambiente.
2. Parede atrás do sofá – disposição simetrica: centralize em relação ao comprimento do sofá e em relação a altura entre estofado e teto.
3. Parede atrás do sofá – disposição moderna: respeitando a proporção do quadro em relação ao estofado fixe o quadro a 5 cm da lateral do sofá.
4. Para um grupo de dois ou mais quadros de dimensões menores, uma solução é um arranjo que preencha bem a parede, posicionado a pelo menos 25 cm de distância do topo do móvel.
5. Parede livre – quando não tem móveis encostados ou outros elementos decorativos, essa situação é ideal para brincar com vários quadros. É recomendável buscar algum elemento para criar um alinhamento, pode ser linha do piso ou o batente da porta por exemplo.
6. Hall de entrada – esse é o local de recepção da morada e deve causar uma boa impressão a quem chega. Nesse local aconselho ter algo que expresse a natureza dos moradores. Fixe o quadro no centro alinhado com o batente superior da porta.
7. Corredor – centrado como no Hall de entrada e no caso de ser uma composição de vários quadros, pode-se fixa-los em sequência na horizontal, alinhados pelo alto da moldura e bem próximos uns 10 cm entre eles. A altura deve ser a do olhar de uma pessoa média.
8. Acima do aparador – Usa-se muito a um quadro sobre o móvel a aproximadamente 20 cm acima do tampo do aparador, para não conflitar com os objetos sobre o aparador. O quadro deve ser centralizado tanto na largura como na altura. Pode-se também adotar uma composição de quadros maiores e menores, distribuídas dentro da área delimitada pela largura do aparador.
9. Na sala de jantar – Se houver um aparador no ambiente, basta seguir as indicações acima. Porém, caso a parede destinada a receber os quadros não tenha mobília encostada, é importante fixa-lo um pouco mais alto do que o habitual para prevenir acidentes lembre que na sala de jantar as pessoas circulam com bandejas de alimentos nas mãos e também louças e copos.
10. Áreas cujas paredes ficam muito próximas aos móveis é conveniente, fixar os quadros 10 cm acima do espaldar das cadeiras que elas não batam nas molduras.
11.Quarto de casal – Fica muito interessante apoiar os quadros na peça da cabeceira ou prateleira, porém hoje as cabeceiras são muito bonitas ai é aconselhável eleger uma outra parede disponível para colocar os quadros, de modo que numa posição que permita o casal da cama apreciar melhor seus quadros. Podendo se trabalhar com um díptico2 ou tríptico3, bem centralizado na linha do olhar do casal.

1- Esboço também conhecido como croquis ou simplesmente rascunho. É a parte inicial de um desenho, sendo uma etapa fundamental para alocação de espaços, composições e afins. Ele é visto como trabalho prévio de desenho onde se fazem emendas ou rasuras, antes de ser passado a limpo.
2- Díptico – combinação de duas imagens ambas no formato retrato ou paisagem de forma que estabeleça uma espécie de relação de sequência da foto ou de significados entre si.
3- Triptico – combinação de tres imagens todas no formato retrato ou paisagem de forma que estabeleça uma espécie de relação de sequência da foto ou de significados entre si.